Estudo revela que um terço dos detritos produzidos diariamente no estado do Rio é jogado em rios ou lixões

MEIO AMBIENTE COMO LIXEIRA


Publicada em 25/05/2010 às 23h53m
Tulio Brandão 0 O Globo - 25/05/2010
    UM MAR de garrafas plásticas jogadas num canal às margens da Linha Amarela / Foto de Domingos Peixoto - O Globo
    RIO - O Estado do Rio ainda não perdeu o velho hábito de empurrar o lixo para debaixo do tapete. Um estudo realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) revela que 36% dos resíduos sólidos gerados pela população fluminense não têm destinação adequada - vão definitivamente para o fundo de lagoas, rios e baías ou são depositados em lixões clandestinos ou aterros controlados que funcionam em condições precárias. O volume é equivalente, por dia, a 7.189 toneladas, incluindo as 879 toneladas que sequer chegam a ser recolhidas de ruas, favelas e ecossistemas.
    Os números só não são piores porque a entidade deu ao aterro de Gramacho o status de aterro sanitário, apesar dos passivos ambientais às margens da Baía de Guanabara. A alegação foi que o empreendimento possuía licença e vem recebendo intervenções na área, como o aproveitamento do gás metano e o controle de estabilidade do solo. Mas o próprio Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que emitiu a licença, informou que Gramacho não pode ser considerado um aterro sanitário. Isso porque a licença foi concedida apenas para a remediação e o encerramento do aterro.
    O diretor executivo da Abrelpe, Carlos Roberto Vieira da Silva Filho, avalia que a tendência é de melhora para o Rio, mas o quadro atual - apenas um pouco melhor que o de estados mais pobres - está longe de ser satisfatório.
    - O percentual de destinação inadequada de São Paulo, por exemplo, é de 24%. O Rio, sem incluir Gramacho na conta, que muitos não consideram um aterro sanitário, chega a 36%. Com Gramacho, o percentual se inverte: o estado chegaria a 76% de destinação inadequada dos resíduos. Mas a tendência, nos próximos anos, é de melhora - afirma.
    Leia a íntegra desta reportagem em O Globo Digital (somente para assinantes).