Zona Portuária


O Globo, Negócios & Cia, 29/jul
A Prefeitura do Rio intensificou sua atuação para evitar que a especulação imobiliária atrapalhe a revitalizaçãoda Zona Portuária. Diante de alguns preços exorbitantes, começou a dialogar com os proprietários de terrenos. E não descarta a possibilidade de fazer desapropriações. "Não há intenção de desapropriar em massa. Mas vamos atuar quando se tratar de área de utilidade pública e interesse social, ou se ficar claro que o dono não tem interesse de desenvolver empreendimento imobiliário", diz o secretário municipal de Desenvolvimento, Felipe Góes. Até agora, foram desapropriados três imóveis: os que abrigarão o Museu de Arte do Rio e o Museu Olímpico e um no Santo Cristo.
A prioridade, diz Góes, é monitorar terrenos planos com mais de mil metros quadrados. São os com maior potencial de comercialização das Cepacs, títulos que autorizarão seu detentor a construir edifícios mais altos que o atual gabarito. A Prefeitura também tem direcionado investmentos. O laboratório Bronstein, por exemplo, estudava alugar um prédio da Cimento Nassau, mas teve que recuar porque ele estava em área onde estão previstas construções de 30 pavimentos.
O interesse de grandes grupos justifica a cobiça de proprietários da área. O empresário Eike Batista quer investir no Porto Maravilha com um grupo americano, em projetos residenciais integrados a shoppings centers. A CHL busca terrenos para residenciais e comerciais. A construtora lançará no fim do ano seu primeiro prédio na região: um comercial na Avenida Venezuela, com 21 andares e valor geral de vendas de R$ 100 milhões. Diretor de incorporação da CHL, Marcos Saceanu elogia a ação pública: "A Prefeitura quer gerar negócios reais, e não especulações imaginárias. Isso é bom para as empresas interessadas em investir no Porto". Diante da dificuldade de achar compradores para imóveis maiores, a Sergio Castro Imóveis focou na venda de sobrados de R$ 300 mil. "Há demanda de pequenos investidores, interessados em em alugar para restaurantes e bancos", diz o diretor Claudio castro, que criou  filial na Gamboa.