Hospedagem alternativa e sustentável para a Copa

07/10/2012 - O Globo

Sebrae aposta em hostel verde na Morar Mais por Menos

Eles já foram usados como alternativa de moradia em locais que passaram por tragédias, para criar condomínio de artistas na Inglaterra e vila de estudantes na Holanda. No Brasil, há quem transforme os contêineres (daqueles mesmos usados em transporte de carga marítimo) em casa. Mas a proposta que se vê na mostra Morar Mais por Menos, na Lagoa, é de usá-los como alternativa para construção de hospedagens para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
A iniciativa é do Sebrae/RJ, que criou o Hostel do Porto usando dois contêineres, material vantajoso na construção, pois propicia uma obra rápida, em cerca de 15 dias, quase sem geração de entulho e até 37% mais barata.
- A gente sabe que a forma tradicional de hospedagem não vai suprir a demanda dos grandes eventos. O contêiner é uma solução alternativa, até porque é móvel. Assim, quem investir nesse tipo de hotel pode levá-lo para onde a demanda estiver - diz Renato Regazzi, gerente de desenvolvimento da área industrial do Sebrae/RJ.
Materiais criados para esses espaços
Internamente, o projeto, feito por Luci Rosane e Cristina Ferrarese, mostra como seria a recepção e um quarto com banheiro de um albergue. E também foram usadas diversas soluções sustentáveis, que vão desde o funcionamento do espaço com o uso de energia solar e iluminação com LEDs, que contribuem para a redução do consumo de energia, até a parte de decoração, com revestimentos e acabamentos. Os azulejos usados no banheiro, por exemplo, são feitos com sobras de sacos plásticos, o piso é de PVC reciclado e algumas paredes, além do balcão da recepção, foram revestidos com bambu - material usado ainda no deck da área externa.
- A gente quer que os empresários enxerguem os contêineres como uma alternativa viável de investimento e pensem também no desenvolvimento de produtos internos para a decoração desses espaços - explica Regazzi.
Na parte do mobiliário, foram desenvolvidas por empresas fluminenses algumas peças específicas para o projeto. As camas seguem o conceito de mobiliário de barco e são fixas no chão, o que facilita na hora de se mudar o hotel de lugar. Na área externa, os móveis de madeira são de demolição.
- O hostel quebra o tabu de que o contêiner é um material frio. Toda a decoração foi pensada para o espaço, que ficou bem aconchegante - avalia.
Contribuiu para isso a escolha do tema. Até os azulejos fazem referência à Copa do Mundo. E numa das paredes, palavras alusivas à carioquice ajudam o "turista" a se sentir em casa no hostel.
- Sem falar que a sustentabilidade é cada vez mais uma exigência do consumidor e os turistas que vierem ao Rio certamente vão estar atentos a isso.


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