Prefeitura de Niterói e Autopista chegam a acordo para compensar moradores da Av. do Contorno

06/09/2013 - O Globo

Após impasse, solução sobre perda do campo de futebol na região é apresentada
Concessionária anuncia investimentos na via, que passa por obras de duplicação

PAULO ROBERTO ARAÚJO

RIO - Depois do cemitério, um campo de futebol no meio do caminho. Após uma longa negociação, a prefeitura de Niterói e concessionária Autopista Fluminense chegaram a um acordo para compensar os moradores da comunidade de Maruí Grande, no Barreto, pela perda do campo de futebol, único espaço de lazer para as cerca de duas mil famílias do local. O campinho, de terra batida, fica no traçado das novas pistas da Avenida do Contorno, na BR-101 Norte, cujas obras de duplicação começaram em fevereiro e serão entregues no mesmo mês de 2015.

O balanço das obras de duplicação e os novos investimentos na rodovia serão anunciados na manhã desta sexta-feira pelo presidente da Arteris, a nova holding que controla a Autopista Fluminense, David Luiz, e pelo superintendente da concessionária, Odílio Ferreira. A Arteris também vai lançar a sua campanha nacional de segurança.

O impasse o andamento das obras na Contorno levou o prefeito Rodrigo Neves (PT) a pedir a Arteris a construir uma praça, com um campo de futebol soçaite e uma creche, na área remanescente do campo de futebol e num espaço de uma antiga unidade da Fundação Leão XIII, que também foi derruba para permitir a duplicação da Avenida do Contorno, que tem 2,5 quilômetros de extensão e liga a Ponte Rio-Niterói ao trecho Niterói-Manilha da BR-101. A Contorno é apontada como um dos maiores gargalos do trânsito do Grande Rio.

— A comunidade não será prejudicada porque ganhará um novo espaço de lazer e, além disso, uma creche — garantiu a secretária municipal de Conservação e Serviços Públicos, Dayse Monassa, acrescentando que a continuidade da duplicação da Rua Benjamin Constant — paralela à Avenida do Contorno e opção de fuga em caso de problemas na rodovia federal — depende da retirada dos postes da Ampla.

O campo de futebol foi o segundo obstáculo para a duplicação da rodovia, uma obra que é reivindicada pelos usuários há mais de 30 anos. O projeto inicial previa a desapropriação de uma faixa do cemitério do Maruí, mas a complexidade da questão acabou provocando atrasos no cronograma das obras. Por fim, decidiu-se mudar o projeto original. A ampliação, no trecho do cemitério, será feito no lado oposto da pista, no sentido Niterói, utilizando-se parte da área do estaleiro Renave.
As obras de duplicação estão em andamento no trecho que vai da ponte até a comunidade de Maruí Grande. O projeto inclui uma nova pista, de 400 metros, no Elevado Leopoldina Railway. Estão sendo construídas 66 vigas (cada uma pesando 70 toneladas) para sustentar a nova pista. Trinta vigas já foram concretadas e ao todo serão usados mais de 4,6 mil metros cúbicos de concreto e cerca de 1.500 toneladas de aço na ampliação do elevado. No restante do trecho, está sendo feito o desmonte de rocha, num total de 40 mil metros cúbicos.

Presidente do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Leste Fluminense (Conleste), integrado por 15 municípios, o prefeito de Itaboraí, Helil Cardozo, disse que a duplicação da Avenida do Contorno é uma obra esperada há muitos anos que é ela muito importante para a região, onde está situado o Complexo Petroquímico de Itaboraí. Mas ele acha que vão ficar faltando obras complementares:

— Os engarrafamentos vão continuar na BR-101 se não forem feitas obras no Trevo de Manilha, que absorve os veículos de duas rodovias federais (BR-101 e BR-493) e uma estadual (RJ-104). Em dias de grande fluxo de tráfego, a retenção ali é inevitável. É preciso também que se façam obras no Trevo de Varandinha, no início da estrada Manilha-Duques, que é outro ponto de retenção — sugeriu o presidente do Conleste.