Prefeitura do Rio e Museu Histórico Nacional anunciam cessão de terreno para expansão

Junto à área cedida pelo governo do estado, será construído prédio anexo onde funcionarão pesquisa, biblioteca e arquivo

POR BRENO SALVADOR

21/08/2014 - O Globo

Interior do Museu Histórico Nacional à época de sua última modernização e restauração, em 2006 Foto: Marco Antônio Teixeira / Agência O Globo
Interior do Museu Histórico Nacional à época de sua última modernização e restauração, em 2006 Foto: Marco Antônio Teixeira / Agência O Globo

RIO — De olho no centenário do Museu Histórico Nacional, em 2022, a prefeitura do Rio de Janeiro anuncia nesta quinta-feira a cessão de um terreno, visando à expansão da instituição. O MHN contará agora com uma área que se soma ao do antigo Detran (cedido pelo estado do Rio em 2013), onde será construído um prédio anexo dedicado à pesquisa, biblioteca e acervo. O acordo foi assinado na tarde desta quinta-feira, com a presença da ministra da Cultura, Marta Suplicy, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e representantes tanto do museu quanto do ministério da Cultura.

Segundo informações divulgadas pelo MinC, o futuro anexo do MHN, que se estenderá por terrenos na avenida General Justo, no Centro, abrigará as áreas museográfica e administrativa, a biblioteca e o arquivo histórico. Com isso, a área possibilitará "a implantação de um centro de referência em conservação e restauração, de um auditório de maior capacidade, de aumento das áreas de serviços ao público, além de novos espaços de exposição", de acordo com o projeto.

O novo anexo ocupa um espaço antes usado pela Comlurb. Em novembro do ano passado, o governo do estado do Rio já havia cedido ao MHN um terreno ao lado da instituição, ocupado anteriormente pelo Detran. Atualmente, o museu ocupa uma área de 20 mil metros quadrados. Com os acréscimos dos novos espaços, o museu projeta um aumento de 3,3 mil metros quadrados.

— O Museu Histórico Nacional é um dos mais importantes do país, além do primeiro museu oficial do Brasil. Além de informativo, é muito lúdico. É uma delícia. É muito importante este acréscimo, já que ficar apenas com o terreno do antigo Detran traria um projeto capenga — avaliou a ministra Marta Suplicy, que brincou com o fato de que o projeto ainda está em fase de estudos preliminares. — Até 2022, tem que estar pronto. Acho razoável (risos), mas queremos tê-lo pronto antes. No Brasil, tudo é muito difícil e burocrático.

Eduardo Paes e Marta Suplicy assinam o acordo de cessão do terreno antes utilizado pela Comlurb - Gustavo Serrate Maia / Ministério da Cultura
Pelo lado do prefeito carioca, o grande diferencial na nova guinada foi saber aproveitar o fim do viaduto da Perimetral.

— Minha prioridade, enquanto prefeito, sempre foi o centro da cidade. O Rio foi fundado aqui (onde o museu é localizado, próximo à Praça XV). Este conjunto arquitetônico do museu é fantástico, e ele se insere em um conjunto de espaços culturais que podem ter o trajeto feito a pé — ponderou Paes, que considera que o Centro "estava morto". — O museu será a entrada da nova beira-mar, sem a degradação que nos acostumamos a ver. O Rio é rico em aparatos culturais e o museu precisava desta valorização.

Por sua vez, a diretora do MHN, Vera Lúcia Tostes, disse que o novo anúncio não impedirá o museu de celebrar o 450º aniversário do Rio, em 2015, e estará "totalmente pronto" antes do centenário do local (e bicentenário da Independência).

— Estamos concretizando um sonho antigo. Antes, só tínhamos previsões com o terreno cedido pelo estado do Rio. Agora poderemos finalmente entrar em fase de licitação — comemorou a diretora, que garantiu que o local continuará aberto enquanto as obras estiverem em curso. — Da última vez que fizemos um processo de recuperação (entre 2004 e 2006), não fechamos. Desta vez será o mesmo. Não queremos passar uma imagem de museu que não funciona. Tivemos um ano difícil (com greves em museus geridos pelo MinC), mas seguimos firmes e fortes.

A atual biblioteca do MHN dispõe de mais de 57 mil títulos, entre eles títulos dos séculos XVI, XVII e XVIII. Com um dos mais vastos acervos do Brasil, o museu é o primeiro dedicado à História do Brasil. Fundado em 1922, sob o governo de Epitácio Pessoa, o local foi fundado em homenagem ao centenário da Independência e abriga exposições dedicadas à natureza e à humanidade. Além disso, expõe mais de 300 mil objetos do período imperial e a maior coleção de moedas e selos postais do país.

Eduardo Paes também divulgou que, na semana que vem, será formalizado o projeto de transformar um terreno da Biblioteca Nacional na região portuária, originalmente planejado com depósito, em uma área de visitação. Apesar de Paes e Marta não informarem mais detalhes, eles afirmaram que o projeto inclui uma nova biblioteca e maior espaço para divisão do acervo.

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