Mercado imobiliário na área se valorizou

19/07/2015 - O Dia, Observatório da Mobilidade

"Minha Praia Barra da Tijuca, apartamento com dois quartos, andar alto, vaga na garagem, 50 metros quadrados. O Condomínio Minha Praia fica na Região Olímpica. Terá em frente uma estação do BRT Transolímpica."

Uma enxurrada de anúncios como esse domina os sites de corretoras de imóveis da Zona Oeste. De julho de 2012, quando as obras da Transolímpica começaram, até julho deste ano, os corretores da região foram os primeiros a sentir os impactos do corredor.

Segundo o Sindicato da Habitação (Secovi-Rio), na maioria dos bairros por onde o BRT vai passar, o valor médio do metro quadrado para venda subiu muito além da variação geral na cidade, no mesmo período, que foi de 23,12% (passou de R$ 7.603 para R$9.361, levando em conta imóveis de 1 a 4 QUARTOS, do tipo "apartamento-padrão" usados).

Em Sulacap, onde haverá um terminal do BRT, a valorização do metro quadrado chegou a 51,98% (pulando de R$ 2.897, em 2012, para R$ 4.403, em 2015). Em Curicica, , o preço médio subiu 40,97 % (de R$ 4.210 para R$ 5.935). Na Barra da Tijuca, houve variação de 30,27 % (de R$ 7.967 para R$ 10.379).

"Quando o corredor estiver pronto, a estimativa é que os imóveis próximos a locais com estações do BRT valorizem ainda mais, de 15% a 20%", aponta o vicepresidente do Secovi-Rio, Leonardo Schneider. Segundo ele, a variação acima da média da cidade indica o efeito do novo corredor sobre o mercado imobiliário.

O autor do anúncio do início do texto é o consultor imobiliário Marcelo Goering. Ele aproveitou o momento em que se iniciavam as especulações sobre o Transolímpica, antes do início das obras, para arrebentar nas vendas. Chegou a vender nove apartamentos só para uma pessoa interessada em COMPRAR barato para revender mais caro alguns anos depois. Devido à crise no mercado, no entanto, muitos investidores estão se dando mal agora.

"Tem muita oferta para pouco cliente. Muitos estão desistindo de vender e colocando para ALUGAR", conta.